Venezuela diz ter “desmantelado totalmente” o Comboio de Aragua

O governo venezuelano disse este sábado ter “desmantelado” o Comboio de Aragua -grupo criminoso nascido em Venezuela a operar em vários países na América Latina– depois de tomar uma prisão controlada por este grupo, embora se desconheça o paradeiro do seu principal líder.

“Temos o controlo total desta prisão” e “desmantelámos totalmente o autodenominado ex-Tren de Aragua“, garantiu o Ministro do Interior e Justiça, Almirante Remigio Ceballos.

Mais de 11.000 militares e policiais ocuparam a prisão de Tocorón (estado de Aragua, norte), que servia de centro de operações da quadrilha.

Fardado, com retroescavadoras atrás de si a demolir estruturas num pátio da prisão agora desocupada, Ceballos afirmou que 88 membros do Tren de Aragua foram capturados na operação, na qual foram apreendidas armas de guerra, tais como lançadores de foguetes, espingardas y granadas.

Ceballos testemunhou no final de uma visita às instalações organizada pelo governo para a imprensa.

“GNB – abreviatura de Guarda Nacional Bolivariana militar, o comboio acabou“, lê-se no graffiti.

As autoridades divulgaram mensagens nas redes sociais e nos meios de comunicação social com fotografias, nomes e números de bilhete de identidade de Héctor Guerrero, também conhecido por “El Niño” Guerrero, o líder máximo do gang. “Recompensa. Procura-se”.

Uma ONG de defesa dos direitos humanos dos presos, o Observatório Venezuelano das Prisões, denunciou na sexta-feira que os dirigentes do Tren de Aragua fugiram para o estrangeiro antes de a prisão ser ocupada..

“Os (presos) mais violentos, ou seja, os ‘pranes’, já tinham negociado (com as autoridades) a expulsão do recinto e abandonaram o país há uma semana”, declarou a organização em comunicado.

Os ‘pranes’, como são chamados os líderes prisionais na Venezuela, tinham ordenado a construção de uma discoteca, um jardim zoológico e um campo de basebol na prisão.

Ceballos negou que o governo tenha negociado com os líderes deste bando que se dedica ao rapto, extorsão, tráfico de droga e de seres humanos, entre outros crimes.

“Tivemos um planeamento a longo prazo, não foi uma atividade realizada de um dia para o outro, muito menos sob qualquer negociação”, afirmou.

Ceballos afirmou que “mesmo a nível internacional” seriam tomadas medidas se os líderes da quadrilha deixassem o país.

“Se alguns dos membros (…) escaparem, fugirem, nós vamos capturá-los, porque para isso estamos a fazer coordenação diplomática e ligações”, disse o oficial.

O governo comunicou a morte de um soldado durante a captura, sem indicar o número de feridos.

A prisão de Tocorón albergava cerca de 1.600 prisioneiros.

Alerta para a fuga do chefe do comboio Tren de Aragua.

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