Rodrigo Sepúlveda criticou Brayan Cortés: “Digam o que quiserem, aqui não há respeito por nada nem por ninguém”.

Rodrigo Sepúlveda O guarda-redes do Colo Colo, Brayan Cortés, a quem roubaram o carro e o telemóvel na comuna de Calera de Tango, lamentou esta quinta-feira o assalto de que foi vítima ontem à noite.

O apresentador do Megantocias Alerta foi categórico ao criticar o assalto sofrido por Cortés, apontando as suas questões para a falta de segurança que existe no país, que nas últimas semanas tem sido abalado por roubos a diferentes repartições públicas e assaltos de rua.

As alegações de Rodrigo Sepúlveda

“Ontem Brayan Cortés foi pirateado, Brayan Cortés foi preso. Tomem-no como quiserem, digam-no como quiserem. Aqui não há respeito por ninguém nem por ninguém”, começou o jornalista, que garantiu que os delinquentes que assaltaram o futebolista (jovens com menos de 22 anos) “vão andar por aí a festejar quando ele jogar pelo Colo Colo”.

“Vão festejar quando ele jogar pela seleção nacional. Nem Brayan Cortés, nem o guarda-redes da seleção nacional, nem o guarda-redes do Colo Colo Colo, não o respeitam. Não se importaram com tudo, tudo! Até lhe bateram (…) Meu Deus, não sei como”, lamentava o rosto de Mega, que apreciava o facto de o guarda-redes não ter oferecido qualquer resistência ao assalto.

“Bem, a adrenalina ali, naquele momento, para jogadores importantes, que são fisicamente activos, ele deve ter controlado muito. Penso que Brayan Cortés se controlou aqui, porque podia ter reagido perfeitamente bem. Portanto, o que ele fez foi muito correto, porque em campo, como os jogadores de futebol são, como as pessoas que praticam desporto são, podem reagir rapidamente a impulsos, reacções quase naturais. Há um mérito em não se envolver nisto. Por não se ter envolvido nisto, que poderia ter sido muito mais grave, disse ele.

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As alegações de Sepúlveda não se limitaram ao assalto, mas estenderam-se à imagem divulgada na quinta-feira pelas câmaras de segurança da comuna, onde se podia ver o assalto e a subsequente caminhada solitária do guarda-redes a tentar obter – sem sucesso – outro veículo para o levar a casa.

“É tremendo, e sabem o que me acontece com esta imagem (de Cortés a caminhar sozinho, sem conseguir que alguém o leve nos seus carros), acontece-me que compreendo as pessoas. Porque é isso que nos está a acontecer no Chile. Infelizmente, e infelizmente, digo-vos. Porque é que vou deter esta pessoa? Porquê? Porquê? Porque é que vou detê-la, se me assusta, se me faz desconfiar? reflectiu.

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“Quem é ele? ‘Não, se for o guarda-redes do Colo Colo’. Bem, e se ele não for, e apenas se parecer com ele. Então, onde está a confiança? Isso deixa-me triste, como chileno, como gente que vive neste território, que tem uma boa relação com as pessoas. Já hoje, se alguém vem ter comigo para pedir boleia, eu não paro. Esse é o reflexo (…) o pano de fundo disto é a falta de confiança que temos agora com outras pessoas aqui no nosso país. E isso é triste. E porque é que perdemos a confiança? Perdemo-la por causa de tudo o que tem acontecido. Alguém vai aceitar alguém que vai pedir boleia na rua hoje, às 23h30? Mesmo que pareça o guarda-redes do Colo Colo, o guarda-redes da seleção nacional? Não! Ninguém vai aceitar”, sublinha.

“A imagem de Brayan Cortés a passear com um cão, sozinho e à boleia, é triste. Essa imagem é tremenda, tremenda, porque revela a solidão, o seu momento, a escuridão, a angústia que viveu, o desespero que viveu, a miséria. Tudo o que nos acontece quando nos fazem isso, concluiu.

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