O protesto televisivo da jornalista Marina Ovsyannikova teve lugar pouco menos de três semanas depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia.em 24 de fevereiro de 2022, naquilo a que o país eufemisticamente chamou uma “operação militar especial”.
Ovsyannikova apareceu no ecrã de um noticiário, segurando uma faixa com as palavras e frases “Parem a guerra” e “Estão a mentir-lhes”.
Na quarta-feira (4.10.2023), o jornalista e produtor de televisão russo foi considerado culpado à revelia por “divulgar conscientemente informações falsas sobre as Forças Armadas russas”. O próprio tribunal emitiu uma declaração no Telegram informando sobre a sentença.
Decisão “moralmente correcta
Ovsyannikova, 45 anos, fugiu da Rússia com a filha para um país europeu há um ano, depois de escapar à prisão domiciliária. Numa declaração divulgada na terça-feira antes da sentença, a jornalista afirmou que as acusações contra ela eram “absurdas e politicamente motivadas”. “Decidiram bater-me por não ter medo e chamar as coisas pelos nomes”.denunciou na sua mensagem.
“É claro que não admito a minha culpa. Não nego nenhuma das minhas palavras. Tomei uma decisão muito difícil, mas a única moralmente correcta na minha vida, e já paguei um preço suficientemente elevado por ela”, afirmou.