Javier Milei: O candidato vencedor das primárias argentinas tem um historial de frases polémicas.

O economista de 52 anos Javier Milei foi o vencedor das primárias presidenciais na Argentina. O líder político, que se define como “libertário”, obteve mais de 30% dos votos, derrotando as principais coligações da política argentina, como Juntos por el Cambio, o movimento do antigo presidente Mauricio Macri, e o Kirchnerismo, que governa atualmente com Alberto Fernández.

Milei tornou-se um fenómeno na televisão e, posteriormente, nas redes sociais, com as suas opiniões polémicas, acompanhadas de um tom de voz forte.

Algumas das suas propostas que causaram mais controvérsia são permitir que o a venda de órgãos e o porte de armas.Ao mesmo tempo, a figura da direita argentina manifesta-se contra o aborto e contra o Banco Central.

Venda de órgãos

Milei defendeu a sua proposta de permitir a venda de órgãos, que foi questionada por opositores e especialistas que o acusam de propor uma medida “retrógrada”.

“É apenas mais um mercado, pode pensar-se nele como um mercado. Porque é que tudo tem de ser regulado pelo Estado? A decisão é de todos, porque é que eu não posso decidir sobre o meu corpo”, disse Milei.

“A minha primeira propriedade é o meu corpo. Porque é que não hei-de poder dispor do meu corpo? Será que o Estado não tem o meu corpo, quando, de facto, rouba mais de 50% do que eu gero?

“Por outras palavras, existe um duplo critério: para o Estado me escravizar, sim, mas se eu quiser desfazer-me de uma parte do meu corpo por qualquer razão, qual é o problema?”, acrescentou.

Apesar de falar de liberdade de escolha, o candidato presidencial tem-se manifestado publicamente contra o aborto, que é legal e gratuito na Argentina desde 2021.

“Uma mulher pode escolher sobre o seu corpo, mas o que ela tem dentro do seu ventre não é o seu corpo, é outro indivíduo”.disse ela.

Milei e o porte de armas

Milei afirma ser contra as drogas, mas diz ser a favor da sua legalização em nome da liberdade. Relativamente ao uso de armas, o candidato presidencial é a favor de que qualquer cidadão possa ter uma arma.

“Qual seria o problema se eu pudesse usar uma arma? A posse de armas retira um poder relativo ao Estado, que detém o monopólio da violência”, afirmou.

Economia, dolarização e Banco Central

Uma das frases mais polémicas de Milei é sobre a sua ideia de “rebentar” com o Banco Central que, segundo ele, é o principal responsável pela crise económica da Argentina, que em 2023 terá acumulado uma taxa de inflação de 120%.

“Sou a favor da eliminação do Banco Central porque acho que há uma coisa moral no meio, acho que roubar é errado. Se os danos causados pelo Banco Central fizeram com que, em vez de sermos um país como os EUA, fôssemos o país miserável que somos hoje, se esse instrumento rouba 6 pontos do PIB aos argentinos, por que não?”, reflectiu.

“Porque é que eu quero eliminá-lo? Porque é que eu quero literalmente pôr-lhe uma bomba em cima? Para que os escombros fiquem como registo de uma instituição que tanto mal fez aos argentinos. Foi um instrumento da casta política para nos arruinar”.acrescentou.

Ao mesmo tempo, propõe a “concorrência” das moedas utilizadas na Argentina, como o dólar e o peso argentino. Segundo Milei, “os cidadãos devem poder escolher livremente o sistema monetário”.

“Nós, argentinos, já escolhemos a moeda, que é o dólar”, , assegurou.

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