ONU preocupada com as “condições inaceitáveis” estabelecidas pela Síria para permitir o fluxo de ajuda através do posto fronteiriço de Bab al-Hawa para as zonas controladas pelos rebeldes, de acordo com um documento a que a AFP teve acesso na sexta-feira.
Uma carta das autoridades sírias que permite a utilização da passagem entre a Turquia e a Síria “contém duas condições inaceitáveis”, segundo o documento enviado ao Conselho de Segurança da ONU pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA).
No relatório, a agência manifesta preocupação com a proibição de falar com entidades “designadas como ‘terroristas'”. e para a “supervisão” das suas operações por outras organizações.
A Síria anunciou na quinta-feira que autorizaria as Nações Unidas a utilizar Bab al-Hawa durante seis meses para prestar ajuda humanitária vital a milhões de pessoas nas zonas controladas pelos rebeldes.
O anúncio surge após a expiração, na segunda-feira, do do mandato do mecanismo da ONU que, desde 2014, autoriza a passagem de comboios da ONU através da fronteira para território rebelde sem autorização de Damasco.
O Conselho de Segurança não conseguiu prorrogá-lo esta semana depois de a Rússia, um aliado chave da Síria, vetou uma prorrogação de nove meses.
Mas enquanto a ONU estava a discutir este mecanismo, o regime de Bashar al-Assad, que o considerou uma violação da sua soberania, estabeleceu condições na sua carta ao Conselho de Segurança e ao Secretário-Geral da ONU.
O autorização governamental O governo sírio “pode ser a base para a realização legal de operações humanitárias da ONU através do posto fronteiriço”, afirmou o OCHA.
Mas “a carta do governo sírio contém dois condições inaceitáveis“, acrescenta o documento.
“O governo sublinhou que a ONU não deve comunicar com entidades designadas como ‘terroristas'”mas a ONU e os seus parceiros “devem continuar a colaborar com os actores estatais e não estatais relevantes, o que é operacionalmente necessário para conduzir operações humanitárias seguras e sem entraves”, considera o OCHA.
A carta de Damasco apela também à supervisão do Comité Internacional dos Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho Árabe Sírio.