Abumohor depois de se ter encontrado com Jadue em Miami: “Ele caiu na armadilha, porque é uma pessoa inteligente que viveu com muitos defeitos”.

Ricardo Abumohor, antigo presidente da ANFP e atual controlador da O’Higgins, revelou que teve encontros com Sergio Jadue em Miami, no âmbito da reportagem “El cartel del gol” do Informe Especial, que revelou vários aspectos das redes de poder no futebol chileno.

“Vi-o muito aberto, reconheceu-me tudo o que tinha feito; até como queria prejudicar O’Higgins… por exemplo, inventou uma viagem ao Brasil para não entregar a taça (em 2013). Por vezes, também interveio na arbitragem. A única coisa que ele queria era que O’Higgins não fosse campeão, ele admite isso para mim”, disse o empresário, que presidiu o futebol chileno entre 1993 e 1998.

Quanto à situação atual de Jadue em Miami, marcada por problemas económicos, Abumohor disse que “o FBI já não lhe paga nada…. Ele não tem passado um bom bocado, contra tudo o que se possa dizer. Tem um pequeno apartamento de dois quartos. Vive com a mãe num quarto e os dois filhos no outro.

Relativamente ao envolvimento de Calerano no FIFA Gate, o empresário por detrás da propriedade O’Higgins fez uma reflexão particular. “Creio que Jadue foi uma vítima do sistema. Caiu na armadilha, porque é uma pessoa inteligente que viveu com muitos defeitos. Era muito jovem e, quando se é apanhado por estes heróis, é-se apanhado rapidamente. A fraqueza humana ou a necessidade leva-nos a cometer erros. Ele era muito franco, muito direto e autêntico. Foi essa a impressão que me deixou”, afirmou.

Ricardo Abumohor com Sergio Jadue em 2011.

“Acho que ele pagou pelos seus pecados. Há pessoas que lhe eram muito próximas que não pagaram nada. Ele pagou tudo sozinho”, acrescentou.

Sobre as consequências da era Jadue para o nosso futebol e o que está a acontecer atualmente ao nível dos dirigentes, Abumohor afirmou que “estamos numa crise absoluta porque gerimos muito mal. Não fizemos o que tínhamos de fazer, mas conseguimos orientar o nosso futebol para o que era necessário. Não fizemos o que tínhamos de fazer, mas fomos capazes de orientar as nossas falhas ou os nossos pecados na direção certa.

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