“Ele pagava-te o salário”: Luis Mena revelou que no início da falência do Colo Colo havia um jogador que apoiava os jovens jogadores

Luis Mena, futebolista reformado do Colo Colo Coloe atual treinador da seleção feminina do Chile, revelou na quinta-feira, no programa “Sabor a gol” da TNT Sportsque, nos primeiros tempos de falência do Cacique, tinha um colega que se encarregava de pagar os salários da equipa de juniores.

Numa conversa íntima com o chef Tomás Olivera e o influenciador Pollo Castillo, o treinador da seleção nacional feminina recordou os seus inícios no futebol, onde aos 15 anos foi promovido no final da década de 1990 como um dos defesas da equipa principal do Colo Colo.

O passado de Mena no Colo Colo Colo

“Quando entrei para a equipa, tinha 15 anos e tinha monstros lá, tinha Pedrito Reyes e Juan Carlos González, que eram os titulares (defesas), claro. Eram os dois jogadores seleccionados na altura, França 98 (Campeonato do Mundo). Imagina aquele balneário, quando subi lá, estava o Barti (Marcelo Barticciotto), o (Marcelo) Espina, o Ivo (Basay), o Juan Carlos (González), o Pedro (Reyes), o Rambo (Marcelo Ramírez), o (Claudio) Arbiza”, recordou Mena, que na altura tinha vivido a glória desportiva com El Cacique (semifinalista da Copa Libertadores e da Supercopa de 1997) e também o início da falência do popular clube no final da década de 1990 e início da década de 2000.

Foi neste cenário que o antigo defesa do Albo revelou que Ivo Basay, o capitão dessa equipa, era “um dos jogadores com mais carácter que alguma vez conheci”, e um dos que mais se solidarizaram com ele e com os seus jovens companheiros de equipa na altura.

“Ivo é um dos jogadores com mais carácter que alguma vez conheci. Era corajoso. Era um capitão extraordinário. Aprendi muito com ele. Talvez ele não se tenha apercebido, porque eu sempre fui muito observador, e aprendi muito com ele. O seu carácter, a sua liderança, sublinhou Mena.

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“O Ivo foi muito direto. E não só em coisas assim (como negociar os prémios para que todos os jogadores recebessem o mesmo valor). Histórias que tivemos com ele naqueles dias, quando o Colo Colo não estava num bom momento económico, e não recebíamos. Os meses duravam 74 dias. E o Ivo dizia-te: ‘Ya, quanto ganhas (sic) tanto’, e passava-te um cheque, e dizia-nos: ‘quando receberes, pagas-me (sic). E ele pagava-vos o salário, salientou o defensor, que, após este episódio, afirmou que “Sem a nossa geração (de jovens), o Colo Colo teria desaparecido”.

“Jogávamos em Concepción e depois voltávamos de autocarro para jogar um amigável em Laja ou La Ligua. Íamos ao Venga Conmigo para dançar Axé, fazíamos anúncios. Muitas vezes não tínhamos água para tomar banho depois dos jogos. Venderam a sede em Cienfuegos 40, o Teatro Monumental e o estádio Monumental quase desapareceu, mas salvou-se porque não conseguiram mudar o tipo de uso do solo, Mena, que naquela equipa que ganhou um título nacional em 2002, tinha como companheiros de equipa jovens promissores albas – como Claudio Bravo, David Henríquez, Manuel Neira, Gonzalo Fierro ou Miguel Aceval, entre outros – que mais tarde levaram o Cacique à porta da conquista de outro título internacional ao perder a final da Copa Sul-Americana em 2006.

“Eu gostaria de ter entrado para a história internacional do Colo Colo. Aquele grupo merecia ter ganho a Sudamericana”, concluiu.

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