Corpo de chefe do crime equatoriano roubado de cemitério colombiano

O corpo do equatoriano Junior Roldan, temido ex-líder da quadrilha criminosa Los Chonerosfoi exumado ilegalmente nos arredores de Medellín, a segunda cidade da Colômbia, informou a polícia na quarta-feira.

De manhã, um empregado do cemitério de Envigado alertou um padre que uma das entradas do cemitério tinha sido aberta sem autorização. “Quando o pai entrou, descobriu que (…) o corpo” de Roldán tinha desaparecido do jazigo onde foi enterrado no início de maio, disse à AFP a Polícia Metropolitana do Vale de Aburrá, onde se situa Envigado (vizinha de Medellín, no noroeste).

Roldán, conhecido como JR, era um fugitivo da justiça equatoriana. Em fevereiro de 2023, foi libertado de uma prisão em Guayaquil –centro de operações de várias quadrilhas de narcotraficantes.– e foi-lhe concedida liberdade condicional, numa decisão criticada pelo Presidente do país, Guillermo Lasso.

Em março, foi alvo de um ataque armado em que ficou ferido e as autoridades prisionais perderam-lhe o rasto. Dois meses mais tarde, as autoridades colombianas encontraram o seu corpo com um tiro na cabeça numa zona rural no noroeste do país.

Como ninguém reclamou o corpofoi levado para o cemitério do Envigado a 18 de maio.

O pseudónimo JR foi identificado por vários assassínios, atentados à bomba e massacres. cometidos no sistema prisional do Equador.

Transformadas em redutos do narcotráfico, as prisões equatorianas foram palco de vários massacres que deixaram mais de 430 reclusos mortos desde 2021dezenas deles desmembrados e incinerados.

Após o assassinato do líder de Los Choneros, Jorge Luis Zambrano, em 2020, a organização foi dividida em várias facçõessegundo a imprensa local.

Roldán, antigo tenente de Zambrano, formou o grupo Las Águilasenquanto Adolfo Macías, conhecido como Fito, passou a comandar Los Fatales.

Macías, preso desde 2011, foi transferido para uma prisão de segurança máxima na sequência do assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, abatido por assassinos colombianos no início de agosto, poucos dias antes da primeira volta. Durante a campanha, o político denunciou que o barão da droga o tinha ameaçado de morte.

A transferência de Macías foi anulada esta semana pelo sistema judicial, pouco mais de um mês antes do da segunda volta das eleições presidenciais no Equador, a 15 de outubro.

Sufocado pela violência do tráfico de droga, o Equador enfrenta uma vaga de homicídios, extorsões, raptos e tráfico de drogaenvolvendo bandos locais aliados a organizações colombianas e mexicanas.

Ataque de drone contra prisão frustrado no Equador.

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