A Rússia bombardeia o porto de Izmail, a quilómetros da Roménia

Invasores russos atacaram instalações portuárias ucranianas no Danúbio, nomeadamente a cidade de Izmail, na madrugada de quarta-feira (02.08.2023), destruindo silos, terminais, hangares e outras instalações de exportação de cereais. O aumento da violência russa contra essas infra-estruturas fez subir os preços dos alimentos em todo o mundo, relata a Reuters.

O Ministério da Defesa de Ucrânia tweetou que um silo de cereais foi danificado no ataque. “Os cereais ucranianos têm o potencial de alimentar milhões de pessoas em todo o mundo”, acrescentou a Defesa, que acusou a Rússia de “escolher o caminho do massacre, da fome e do terrorismo”, referindo-se aos sucessivos ataques lançados pelas tropas de Vladimir Putin contra as infra-estruturas portuárias e industriais na região de Odessa, e à forma como estes começam a afetar a rota alternativa através do Danúbio.

Enquanto isso, o governador de Odessa, Oleh Kiper, informou que não houve feridos ou mortos no bombardeio e postou fotos no Telegram de bombeiros tentando apagar o fogo em um prédio em ruínas perto do rio. “À noite, o inimigo dirigiu o ataque de UAV para o sul da região de Odessa e, como resultado do ataque, houve incêndios nas instalações do porto e nas infra-estruturas industriais da região”, disse.

Processo por crimes de guerra

“Infelizmente, houve danos”, escreveu o presidente ucraniano na mesma rede social, Volodimir Zelenski. “O maior deles teve lugar no sul do nosso país. Os terroristas russos voltaram a atacar os portos, os cereais, a segurança alimentar mundial”. O presidente acrescentou que o que aconteceu é uma “ameaça para todos, em todos os continentes”. Uma fonte citada pela Reuters disse que os danos causados pelos invasores foram “graves”.

O Ministério Público ucraniano divulgou imagens de um investigador a recolher provas para um possível caso de crimes de guerra. As cenas mostram pelo menos dois silos danificados e trigo espalhado pelo chão. O porto de Izmail, situado do outro lado da fronteira com a Roménia, membro da NATOtem servido como rota alternativa de saída para as exportações de cereais, depois de o regime russo ter imposto um bloqueio de facto ao Mar Negro.

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